Estou atendendo uma cliente que sempre que conta algum episódio traumático, diz que já perdoou. Quando pergunto a nota do evento, é sempre 1 ou 2; se pergunto a emoção, sensação que vem ao contar o fato pra mim, diz não sentir nada. Quando falo que se ainda não é zero é porque temos algo a trabalhar, ela diz que já faz tanto tempo que não sente mais nada, que ela sempre procura perdoar tudo de ruim que já aconteceu. Usei a técnica do filme nesses eventos, mas ela alega não sentir nada, e que tá só me contando porque eu perguntei, pois não a incomoda.
Como ajudar essa cliente a se conectar com os eventos?
SONIA: Deu muita vontade de refletir com vcs sobre isso, que acontece muito!!! Se puder completar me fala, Anna, qual a queixa da paciente? Por que buscou terapia? O que ela gostaria de melhorar ou curar? Mudar? Atingir? O melhor seria trabalhar em supervisão para compreender bem esta paciente especificamente. Vou falar de forma geral. Uma das formas de chegar nos eventos que ainda mobilizam o paciente é partir do sofrimento que ele nos traz. Como você ainda não me respondeu sobre isso, não posso te ajudar especificamente com ela. Mas posso afirmar que é partindo do que incomoda o paciente, do seu sofrimento que vamos encontrar eventos que mobilizam alguma emoção ainda. Podemos perguntar: há alguma situação vivida por você cujo tema tem a ver com o que hoje te incomoda? Por exemplo, alguém que sente insegurança econômica, ansiedade por não conseguir uma estabilidade, etc pode ter vivido uma falência do pai na infância. E aí pode sentir algumas emoções quando se lembra de como esta falência aconteceu concretamente para ele. Teve que se despedir dos colegas, por exemplo, e ir para uma escola pública. Então, em primeiro lugar, é importante partir da queixa atual, da dor atual para ver que referência esta dor tem no passado. É apenas uma dica de um caminho.
Com o Optimal você pode tentar trabalhar de forma mais global o que ela sente agora, ligada a sua queixa e a sua busca de terapia. Se é uma dor física ou emocional pode funcionar também e ela criando confiança em você vai podendo se abrir mais sobre seu passado. Perdoar o passado não é um ato mental, é uma experiencia complexa que envolve todo nosso organismo, inclusive a mente. Ela pode ter a intenção de perdoar tudo mas pode estar reprimindo sentimentos negativos porque não quer voltar ao passado. Para mim voltar ao passado é uma etapa importante do processo terapêutico e algo me diz que ela tem muito ressentimento que sua mente decidiu que não existe. Temos esta liberdade de reprimir o que não achamos conveniente trazer para a terapia.
Sugiro que faça supervisão porque vamos achar mais fácil um caminho. Infelizmente os dados que me mostra são poucos para poder te ajudar mais!
Lembrei de enfatizar: o perdão mental nada tem a ver com o perdão experiencial, vivido do fundo do coração. E sempre que estamos neste lugar temos dúvidas o quanto perdoamos e há sempre mais a perdoar. Algo me diz que este perdão muito convicto mantém sob repressão emoções de ressentimento. E o quanto ela se perdoa do fundo da alma? Outra coisa que poderia perguntar pra ela: procura conectar com a criança que sofreu o evento x, o que ela sentiu? Tente apenas sentir o que ela sentiu e trabalha naquela criança que está dentro dela. Pode ser um caminho também. Recria os aspectos do evento... enfim. dicas genéricas.
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