Pergunta de Elmarí
Bom dia. Gostaria que abordasse o tema obesidade. Estou trabalhando com uma amiga. Vi que a mãe era frágil, magra, submissa, doente. Chegou um ponto da vida em que me parece que ela quis fazer um movimento de não se parecer com a mãe e começou a engordar. Faz sentido? O que você me diz?
O que descobri é que a mãe dela, magra, uma pessoa do bem, sempre foi submissa à sogra (que era muito má). Quando minha amiga engravidou, a mãe faleceu de câncer. Isso deixou ela sem rumo. E parece que, a partir daí, o inconsciente dela processou que magreza seria fraqueza, submissão ....ela ficaria como filha única, ao lado da avó que tanto a maltratou e maltratou sua mãe. Parece que a forma de não se identificar com a mãe foi engordando, sendo o oposto dela. A sessão foi muito intensa, indicando que minha ideia estava adequada. Eu gostaria de mais subsídios sobre a obesidade para seguir buscando respostas.
Resposta de Sonia Novinsky
Na minha experiência clínica a obesidade pode sim estar conectada com a relação com a mãe. Eu não sei como era sua relação com a mãe. Como ela sentia a mãe? Como se sentia tratada pela mãe? A avó paterna também a maltratou?
O que me vem ao me colocar no lugar da sua cliente é que ela sente uma profunda identificação com a mãe, como se tivesse engolido a mãe (uma parte da obesidade) e, alem disso, como se ela precisasse de massa, peso e volume para enfrentar a avó paterna. Como se ela vivesse a vida de sua mãe, identificando-se com ela, só que forte, cheia de massa e de força para se defender (e assim defendendo a si mesma e à mãe).
Posso estar errada mas vale a pena compreender o que está nesta massa corporal. Me parece que é a mãe e sua força que empresta à mãe e juntas podem enfrentar a avó paterna. Veja se isto faz sentido.
Pode ser também, como vc falou, uma forma de ela ser diferente da mãe, mas eu suspeitaria desse engolir a mãe e se tornar forte para proteção das duas.
Se for isso, se conscientizando disso e ressignificando, mostrando que sua mãe hoje está protegida onde está e que ela ,ainda muito jovem, não teve como proteger sua mãe (culpa) e pode se perdoar pela doença, desproteção, fraqueza e morte, que foram processos pelos quais ela, sua paciente, não tinha condições de se responsabilizar. E trouxe à vida um filho que é como se sua mãe nascesse neste neto ou neta. E também que, para enfrentar a avó paterna, ela não precisa desta massa. Ao contrario, a massa tende a fragilizar por muitas razões físicas e emocionais.
Pode também buscar alguns eventos da infância ligados a esta avó paterna e à mãe e trabalhar com EFT para as respostas emocionais ainda presentes.
Nos conte como evolui o caso? Ajudou?
Beijos, Sonia
Psicoterapeuta . Diretora do Centro Gary Craig de Treinamento em EFT Oficial no Brasil. Atendimento on line e presencial. Supervisão em grupo para EFT Oficial ( tapping e Optimal). Práticas grupais de EFT. Contatos pelo whats: 11999941415